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Os desempregados

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Como é típico de um meio de Setembro no mundo da NBA, praticamente ninguém mais está contratando. A maioria dos times já gastou sua cota de espaço salarial, número de jogadores no elenco e as tais exceptions, as brechas do Salary Cap para poder contratar novos jogadores mesmo com o time tendo gastos excessivos. Mas embora a maioria das equipes já esteja engessada, isso não quer dizer que não existam mais bons nomes disponíveis no mercado. Abaixo alguns dos esquecidos.

 

Leandrinho Barbosa / SG

Cheguei a conversar com algumas pessoas que conhecem o Leandrinho e o que eles deram a entender é que o brazuca não conseguiu ainda um time por querer demais. Pelo jeito ele queria um contrato longo e relativamente caro, algo para ser seu último bom contrato na NBA, mas ninguém mais parece ter tanta confiança assim nele. Lembram da entrevista que ele deu aqui no Brasil dizendo que tinha proposta de 7 times? Pelo jeito 7 times o queriam, mas não ofereceram o valor esperado pelo jogador. Leandrinho tem bom arremesso, melhorou muito sua defesa nos últimos anos e ainda tem boa parte da velocidade que o consagrou. Mas também já passou dos 30 anos e o auge da sua carreira está no passado.

Querem um exemplo disso? Lembra quando apareceu a notícia de que o Lakers estava interessado nele? Pouco tempo depois a informação esfriou e o Lakers contratou o Jodie Meeks. Meeks é simplesmente um bom arremessador de 3 pontos, só isso. Não oferece tudo o que o Leandrinho pode dar a um time, mas em compensação saiu baratinho e com contrato curto, algo que fez a diferença para o Lakers que só poderia oferecer pouca coisa por já ter toda a grana comprometida com outros jogadores. O mesmo vale para o próprio Indiana Pacers, que preferiu o mais jovem e barato Gerald Green ao brasileiro.

Uma solução seria topar um contrato de um ano para mostrar serviço, ganhar uma grana e tentar de novo ano que vem, algo como o que o Chris Kaman fez com o Dallas Mavericks, mas onde? Para Kaman é mais fácil porque quase todo time precisa de um pivô, mas e caras da posição 2 como o Barbosa?  No Leste, Bulls e Sixers já estão com todos os armadores e alas que precisam apesar de terem perdido alguns que estavam com eles na última temporada, o Hawks já trouxe Anthony Morrow e Kyle Korver. No Oeste o Mavs já conseguiu OJ Mayo para substituir Jason Terry e até times com menos ambições como o Warriors já tem elenco fechado. São exemplos aleatórios do que acontece ao redor da liga, caras da posição de Leandrinho estão sobrando. Sendo que ficar um ano parado seria horripilante, resta o que para ele? Buscar algum time mediano na Europa? Pelo o que sei os principais times já estão fechados também. E alguém teria grana para bancar um ano de Leandrinho no NBB? Acho que nem o Flamengo dessa vez. Talvez ele comece a temporada sem time, esperando alguma situação momentânea onde uma equipe acabe precisando de ajuda extra na sua posição. Situação nada confortável para quem queria um último contrato grande na liga.

 

Kenyon Martin / PF

O ala que disputou a última temporada no Clippers vive situação parecida com a de Leandrinho. Teve uma temporada em um time de Playoff no ano passado para tentar mostrar que ainda tem jogo para a NBA, mas mesmo assim morreu sem contrato renovado. Como o brasileiro, não foi mal na temporada 2011/12, mas também não convenceu ninguém a apostar pesado nele. Para um cara que dependia tanto de seu físico no começo da carreira até acho que K-Mart sobreviveu bastante tempo na NBA, mas agora vive um limbo difícil de superar.

Sem a velocidade e agilidade dos tempos áureos de New Jersey Nets, ele é cada vez menos perigoso no garrafão, onde usava esses atributos para compensar a falta de altura para a posição. Nos últimos anos de Denver Nuggets e até mesmo no ano passado no Clippers acabou ganhando destaque na marcação de perímetro. Parece estranho, mas Kenyon Martin costuma ter algum sucesso na marcação de caras como Kobe Bryant ou Rudy Gay, que jogam no perímetro mas não tem a velocidade de um armador. Numa época onde os times usam cada vez menos pivôs e gostam de atuar com 4 jogadores abertos, K-Mart é uma boa solução híbrida de defesa: Não deixa de ser um ala/pivô da posição 4 mas tem mobilidade o bastante para marcar longe da cesta quando preciso. O problema é que no ataque ele não tem a mesma versatilidade, longe disso, aliás. Seu arremesso de meia distância é pouco confiável (além de ser mais feio que bater na mãe) e não tem mais jogo de costas pra cesta. Com tantas limitações é compreensível que os times da NBA tenham apostado em outros jogadores, não me surpreenderia se ele voltasse para a China, onde jogou o começo da temporada passada.

 

Josh Howard / SG-SF

O maconheiro mais sincero da NBA (por ser o único a se admitir maconheiro) ainda sabe jogar bola, mas é outro caso de um jogador na descendente. Não é que ele seja pior do que aquele cara achado na 2ª rodada do Draft, mas é que só uma parte dos times da NBA pensam no que um jogador irá oferecer nessa temporada, a maioria costuma pensar no futuro. Josh Howard não ter time é uma prova de como funciona a cabeça dos General Managers da NBA.

Vejamos o Utah Jazz, time que foi o de Howard na temporada passada, como exemplo. Eles vão ganhar o título? Não. Vão para os Playoffs? É possível, mas vai ser complicado. Seria um desastre não ir para os Playoffs e acabar com uma escolha Top 10 do Draft 2013? De jeito nenhum. O Jazz está com um time pela metade. Eles tem bons talentos em Al Jefferson, Derrick Favors, Gordon Hayward e Paul Millsap, mas não é Josh Howard que vai dar o toque final para transformar esse time num timaço. Então é melhor arriscar os jovens Alec Burks e Jeremy Evans ou até mesmo dar uma nova chance na carreira para o ainda jovem Marvin Williams. O pensamento comum de um time da NBA que não tem chance imediata de título é preparar jogadores que poderão melhorar no futuro, não ter bons jogadores hoje.

No futebol brasileiro o Josh Howard seria contratado por aquele time que precisa se manter na 1ª divisão. Chama um cara com experiência, que ainda tem bola e ele vai ajudar a equipe a ficar no meio da tabela. Mas na NBA não tem rebaixamento, longe disso, você é premiado por ser ruim! E nessa brincadeira alguns veteranos como Josh Howard ficam com opções limitadas de onde jogar.

 

Tracy McGrady / SG-SF

O mesmo que eu disse para Josh Howard vale para T-Mac: Uns 70% dos times não querem caras na parte descendente da carreira. E pode levar esse comentário para explicar outros veteranos sem contrato como Michael ReddDerek Fisher e Mehmet Okur.

McGrady chegou a ter chance em um time com pouca ambição (o que é raro) quando jogou no Detroit Pistons, mas era algo tão sem propósito que eles acabaram se separando mesmo com o sucesso da parceria. T-Mac queria jogar em time de Playoff, o Pistons queria alguém que pudesse tirar o time do lixão onde se encontra. Mas aí McGrady foi para o Atlanta Hawks e apesar de algumas boas partidas (lembra quando ele arrasou com o Miami Heat no começo da temporada passada?) não se firmou no elenco. É triste porque lembramos do tempo que ele era cestinha da liga, mas com seus problemas nas costas ele é uma aposta arriscada. Dificilmente voltará a ter espaço na NBA.

(Perguntaram sobre o Charlotte Bobcats nos comentários. Sim, apareceram uns rumores de possível interesse deles no T-Mac, mas até agora não passam de boatos)

 

Anthony Tolliver /SF-PF

Esse me deixou triste. Anthony Tolliver, o cara capaz de enforcar alguém em nome de um rebote, era a alma do banco de reservas do Minnesota Timberwolves! O cara tava lá sempre gritando, pulando e quando entrava dava muito gás para o time. Sem contar que não tinha medo de arremessar (talvez esse fosse o problema…) quando precisavam de pontos no último quarto. Para o esquema de Rick Adelman era importante porque ele fazia o mesmo que Kevin Love: Jogava no garrafão na defesa mas poderia abrir para os 3 pontos no ataque. O que o matou foi essa última temporada, muito irregular e até bem ruim se comparada a anterior. A NBA tem memória curta, caras que sempre jogam mal mas atuam bem no último ano de contrato conseguem coisas boas, caras bons que fedem em ano de lutar por um novo contrato passam batidos. Só espero que ele faça um novo The Decision quando arrumar um time novo.

 

Terrence Williams / SG-SF

Tem um talento absurdo e é capaz de algumas das melhores enterradas da NBA. T-Will começou muito bem sua carreira na liga pelo Nets e foi um dos melhores novatos da temporada 2009/10, chegou a encerrar a temporada com média de 15 pontos, 7 rebotes e 5 assistências nos últimos 2 meses daquela temporada. Porém depois disso foi só desgraça. Foi afastado do Nets durante uma Summer League por arremessar seguidas bolas, ignorando qualquer jogada ou ordens do técnico. Na temporada regular se atrasou tantas vezes para treinos que deixou de receber multas para ser suspenso pelo time. Eventualmente foi para a D-League e depois para o Houston Rockets, onde novamente causou problemas ao deixar o banco de reservas no meio de um jogo para não voltar mais. Quem conseguir domar o rapaz terá um ótimo talento em mãos, mas ninguém parece querer arriscar.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

Descrição parecida serviria também para Andray Blatche, anistiado pelo Washington Wizards. Quando um cara jovem que teve 16 pontos e 9 rebotes de média há pouco tempo é dispensado assim e ninguém o quer é porque tem algo grave rolando. A era das estrelinhas preguiçosas já acabou na NBA.

 

Louis Amundson / PF-C

O pivô do rabinho de cavalo é o oposto de Andray Blatche. Tem vontade e faz tudo o que o técnico mandar, mas não tem a parte do talento. Será que a era dos jogadores ruins também já acabou? Brian Scalabrine também não conseguiu contrato, mas tudo indica que ele fará parte da comissão técnica do Chicago Bulls na próxima temporada. Bizarro, né? Mas pelo o que me avisaram nos comentários ele recusou a proposta e agora vai comentar jogos do Celtics em Boston, melhor pra gente. Brian Cardinal está sem time também e faz parte desse grupinho seleto.

Alonzo Geeque viveu nos Top 10 de melhores jogadas na temporada passada acabou de confirmar novo contrato com o Cavs. Dominic McGuire fez um acordo com o Raptors nesse fim de semana. Ou seja, ainda existem alguns espaços, mas são cada vez mais raros. Outros nomes conhecidos ainda estão sem contrato: Os bons defensores Mickael Pietrus e Matt Barnes;  Gilbert Arenas não achou alguém para cuidar do seu joelho; Ivan Johnson, o novato velho, que teve momentos de herói pelo Hawks no ano passado; Josh Childress, que piorou desde que foi jogar na Grécia. Quais ainda conseguem voltar para a NBA antes da temporada começar?


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